#002 - Estudo de caso: IA de imagens
Impacto no mercado de trabalho com o MidJourney e BlueWillow
Comecei a me aprofundar no mundo das inteligências artificiais nos últimos meses. Embora já tenha lido sobre o assunto nos últimos anos, me juntei a milhões de pessoas em todo o mundo para conhecer os novos produtos lançados. Ontem, passei horas no Discord estudando sobre o MidJourney e BlueWillow e fiquei impressionado com o poder da IA de imagens.
Lembro de ter feito auto-retratos há um tempo atrás, mas não sabia até onde o nível de qualidade que as imagens poderiam atingir. Assim como em qualquer inteligência artificial, a especificidade dos dados e informações fornecidas determina o nível de qualidade do conteúdo de resposta.
No início, minhas impressões não foram muito positivas, vi um conjunto de montagens mal feitas, com resoluções distorcidas. Até que uma das figuras que apareceram na minha timeline me deixou intrigado pela perfeição da imagem. Foi aí que descobri que, além dos comandos de imagem, você pode determinar o tipo de renderização, estilo, qualidade e até mesmo qual câmera, lente, abertura do obturador e ISO que a foto será tirada. Fiquei realmente impressionado.
Como criativo de profissão, já passei por várias áreas do mercado de publicidade, design, direção de arte e audiovisual. Sei a quantidade de pessoas envolvidas para conseguir tamanha qualidade e perfeição em uma foto. No meu primeiro estudo, pedi à inteligência artificial para construir uma foto de comida, mais especificamente um hambúrguer em um jantar dos anos 70. Fiquei surpreso com a qualidade com os prompts básicos copiados de outros usuários da timeline. Isso me levou a crer que a IA pode entregar imagens ainda melhores para estudiosos desse assunto.

Para uma foto desse tipo, seria necessário uma equipe que estaria em torno de um estúdio ou espaço externo. Seria preciso diretores de criação, diretores de arte, produtores, equipe de arte, iluminadores, cenógrafos, fotógrafos, chefs de cozinha, cozinheiros, fornecedores de materiais e equipes de suporte, além da equipe interna de uma agência ou estúdio que faria a precificação desse shooting. Além de profissionais de atendimento, gestores de projetos, produtores, criativos, estratégicos e uma célula do cliente também seria necessário. Seriam, no mínimo, 20 pessoas envolvidas.
Isso me faz pensar que a IA pode ser destrutiva para milhares de empregos em todo o mundo. No entanto, essa realidade já está dada e precisaremos conviver com esse feixe sombrio dos interesses de baixo valor agregado. E, possivelmente, com o questionamento do valor empregado: "mas a IA faz isso de graça”.
Estejamos prontos e afiados para defender a importância do trabalho autêntico, inovador e específico. Isso nos demandará esforço de trabalho criativo para criar e projetar campanhas, produtos e serviços mais humanos e direcionados, disso eu tenho certeza que a Inteligência Artificial não nos tirará: a criatividade e a capacidade de compreender os problemas humanos.
Faz sentido esse experimento pra você?