#001 - O que há em comum entre a psicologia das massas e o crescimento da inteligência artificial?
Um texto opinativo sobre a relação entre a influência coletiva e a IA em ascensão
A psicologia das massas, conceito desenvolvido por Sigmund Freud no início do século XX, tem como objeto de estudo os processos psicológicos que ocorrem em grupos e coletividades. Esse campo da psicologia busca entender como as emoções, crenças e comportamentos individuais são influenciados pelas dinâmicas coletivas.
Mas, afinal, o que é massa e como ela adquire o poder de influência sobre a vida psíquica de um indivíduo? Massa, segundo os estudos de Freud, é um termo utilizado para se referir a grupos ou coletividades que compartilham características comuns, como ideias, valores, crenças ou emoções. Para Freud, os indivíduos se juntam à massa pelo processo de identificação. Esse processo ocorre quando um indivíduo adota as características, comportamentos e valores de um grupo ou líder, em uma tentativa de obter uma sensação de pertencimento e segurança.
Mas qual é o grande problema nisso? É que os indivíduos na massa ganham poderes invencíveis, para não chamá-los de irresponsáveis. Diríamos que a superestrutura psíquica individual, absorvida de várias maneiras dentro das regras sociais, é removida, enfraquecida e os fundamentos do inconsciente se tornam visíveis. As qualidades novas desse indivíduo na massa são manifestações do inconsciente que contém, também, tudo que há de mais malvado na alma humana.
Para Le bon, o indivíduo na massa tem a violência, a ferocidade e o entusiasmo heróico dos seres primitivos, já a massa é impulsiva, instável e irritável. Os sentimentos da massa são sempre muito simples ou extremamente exagerados. Assim, a massa não a questiona e nem tem o interesse de compreender. Nas massas, as ideias antagônicas podem coexistir e se harmonizar sem que sua contradição lógica resulte em conflito, e é aí que mais pessoas se conectam e se tornam adeptas.
Mas o que isso tem a ver com inteligência artificial?
Historicamente, líderes políticos e religiosos, grandes investidores, bem como a mídia tradicional, têm sido capazes de exercer um grande poder sobre as massas. E sempre com a mesma motivação: lucro e poder. E dentro dessa batalha sobre a inteligência artificial, os interesses são enormes, afinal, estima-se que o impacto da IA na economia global possa aumentar para US$ 13 trilhões até 2030, de acordo com um relatório da McKinsey Global Institute.
Agora faça as contas: quem ganha essa batalha?
A batalha pela influência sobre as massas em relação à inteligência artificial é complexa e multifacetada. Por um lado, as empresas e governos que controlam o desenvolvimento e implementação da IA têm um grande poder de influência sobre as massas, especialmente através da mídia e propaganda. Por outro lado, a própria IA pode ser usada para manipular as emoções e comportamentos das massas de maneiras nunca antes vistas.
A IA é uma tecnologia, e como tal, a maneira como ela é usada pode ter consequências positivas ou negativas. Portanto, é fundamental que a sociedade como um todo esteja atenta ao uso que está sendo feito da IA e exija proteção e responsabilidade por parte dos criadores e usuários dessa tecnologia.
A batalha pela influência sobre as massas em relação à IA será ganha por aqueles que são capazes de equilibrar o desejo de lucro e poder com a responsabilidade social e ética. É essencial que a sociedade como um todo esteja atenta e engajada na luta por um futuro justo e equilibrado em relação à inteligência artificial.
O mais importante, no entanto, é que essa mudança pode ser encarada como uma oportunidade, desde que haja tempo o suficiente, para que todas as pessoas redescubram o que nos torna humanos.
Faz sentido esse experimento pra você?